NO TEMPO DA BRILHANTINA
Quem nunca ouviu falar a frase “no tempo da brilhantina”? Seja em uma menção em algo na TV ou mesmo vindo de algum conhecido, a frase diz muito sobre a década de 50, 60 e 70.
A brilhantina era uma febre nos anos 50, 60 e 70. Um cosmético com composição de parafina, óleo vegetal e vaselina. A sua finalidade era modelar os fios, dar muito brilho e aparência de cabelos saudáveis e lustrosos.
As embalagens de brilhantina eram obrigatórias para quem amava ir às boates e estar na moda na época. Basta lembrar de algumas pessoas e personagens para se lembrar do produto: John Travolta no filme Grease (que, em inglês, significa a nossa brilhantina) e Elvis Presley com o seu icônico topete.
A EVOLUÇÃO DA BRILHANTINA?
Com o passar do tempo e com o início de novas tendências, a brilhantina tornou-se um produto clássico, mas menos utilizado. Após o lançamento de géis capilares, sprays, entre outros produtos com o objetivo de modelar os fios, a brilhantina é mais utilizada nos dias de hoje para quem gosta de honrar o clássico e o visual Rock and Roll raiz.
Pequeno resumo do que foi a Jovem Guarda
A Jovem Guarda foi um movimento cultural que surgiu no Brasil durante a década de 1960, sendo responsável por influenciar consideravelmente os jovens desse período. A Jovem Guarda, além de um movimento musical, influenciou o comportamento, o vocabulário e até a forma como esses jovens se vestiam.
Inspirado pelo rock and roll e pelo soul, estilos musicais em evidência na Europa e na América do Norte, as principais influências para esse movimento cultural aqui foram The Rolling Stones, The Beatles, Elvis Presley, entre outros. Considera-se que seus grandes símbolos foram os jovens Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, mas veremos outros ícones desse movimento.
A influência do rock and roll na Jovem Guarda fez com que ela fosse conhecida também como “iê-iê-iê”. Esse nome foi uma adaptação para o português da expressão “yeah yeah yeah”, presente em uma canção da banda The Beatles, um dos grandes sucessos no mundo da música durante a década de 1960.
Os adeptos da Jovem Guarda foram muito criticados na sua época por pessoas da crítica especializada e até mesmo por artistas de outros movimentos culturais. Essas críticas apontavam a Jovem Guarda como um movimento alienante porque não era engajado politicamente e tinha canções com letras simples, que não se enquadravam no que é entendido como arte engajada.
As críticas a essa condição alienante da Jovem Guarda levavam muito em consideração a situação do país, que estava sofrendo com o autoritarismo dos militares durante a Ditadura Militar. Uma parte dessas críticas vinha de cantores da MPB como Elis Regina e Jair Rodrigues; no entanto, artistas como Gal Costa e Caetano Veloso tinham visões favoráveis ao movimento.
Como surgiu a Jovem Guarda?
O surgimento da Jovem Guarda aconteceu em 1965, associado a um programa de televisão que era transmitido pela TV Record nos domingos. O programa possuía o mesmo nome que viria a ser do movimento, e sua escolha deu-se com base em uma frase dita pelo revolucionário marxista Vladimir Lenin.
Esse programa foi inaugurado na programação da TV Record em 22 de agosto de 1956, e sua ida ao ar aconteceu porque a rede de televisão havia sido proibida de transmitir os jogos de futebol das equipes paulistas. O programa Jovem Guarda veio para tampar esse buraco na programação.
O programa Jovem Guarda foi um grande sucesso na televisão brasileira, sendo transmitido ao vivo para São Paulo e retransmitido para o restante do Brasil por meio de um videotape. Os apresentadores do programa eram Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, cantores em ascensão no cenário musical do Brasil.
Na época, o programa dividia espaço na grade da TV Record com outros programas do tipo, como O Fino da Bossa. Alguns historiadores entendem que uma parte das críticas dos cantores da bossa nova e MPB à Jovem Guarda possa ter vindo disto: uma rivalidade entre os dois lados pela audiência na grade da Record.
Erasmo Carlos, Roberto Carlos e Wanderléa, apresentadores do programa Jovem Guarda, da TV Record.
Erasmo Carlos, Roberto Carlos e Wanderléa, apresentadores do programa Jovem Guarda, da TV Record.
Influência da Jovem Guarda na cultura e na música
O cenário musical brasileiro foi profundamente influenciado pela Jovem Guarda, fazendo com que inúmeros artistas procurassem reproduzir o padrão musical do rock and roll e do soul. Os acordes típicos desses estilos, bem como os seus instrumentos, se popularizaram no país.
Os historiadores entendem que a Jovem Guarda atuou em duas fases. A primeira ficou marcada por regravações, com adaptação ao português, de canções de sucesso do rock and roll e do soul internacionais. Depois, as canções lançadas pelos artistas desse movimento passaram a ser autorais.
Entre canções de sucesso da Jovem Guarda, estão:
“Quero que tudo vá para o inferno”, de Roberto Carlos;
“Festa de arromba”, de Roberto Carlos e de Erasmo Carlos;
“O calhambeque”, uma regravação de sucesso de Roberto Carlos inspirada em “Road hog”, de John D. Loudermilk.
As letras das canções dos artistas da Jovem Guarda falavam de relacionamentos amorosos, festas e outras situações vividas por adolescentes. Além disso, elas traziam gírias, que se tornaram extremamente populares entre os jovens do período. Por fim, a atitude transgressora dos jovens desse movimento cultural também ficou estampada em suas roupas, tais como minissaias, calças boca de sino, entre outras.
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Raul Santana
Qualquer um que tenha passado uma tarde de verão espantando mosquitos ou um dia coçando suas picadas concordará: os mosquitos são os piores. Mas os odores que nós, humanos, produzimos são grande parte do que os atrai.
Em um estudo publicado, cientistas ajudaram a determinar os vários produtos químicos de odor corporal que atraem esses insetos.
Os mosquitos pertencem à família das moscas e na maioria das vezes se alimentam de néctar. No entanto, as fêmeas que se preparam para produzir ovos precisam de uma refeição proteica extra: o sangue.
Na melhor das hipóteses, uma mordida só vai deixar você com uma protuberância vermelha e coceira. Mas as picadas de mosquito muitas vezes se tornam mortais por causa dos parasitas e vírus que carregam. Uma das doenças mais perigosas é a malária.
A malária é uma doença transmitida pelo sangue causada por parasitas microscópicos que se instalam nos glóbulos vermelhos. Quando um mosquito pica uma pessoa infectada com malária, suga o parasita junto com o sangue.
Depois de se desenvolver no estômago do mosquito, o parasita “migra para as glândulas salivares e é cuspido de volta na pele de outro hospedeiro humano quando o mosquito retoma a alimentação sanguínea”, explica o Dr. Conor McMeniman, professor e microbiologia associado a Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health e o Johns Hopkins Institute for Malaria Research, em Baltimore.
“A malária continua a causar mais de 600.000 mortes por ano, principalmente em crianças com menos de 5 anos de idade e também mulheres grávidas”, diz McMeniman, principal autor do novo estudo publicado na revista acadêmica Current Biology.
“Isso causa muito sofrimento em todo o mundo, e parte da motivação para este estudo foi realmente tentar entender como os mosquitos que transmitem a malária encontram os humanos”.
McMeniman, junto com os pesquisadores de pós-doutorado da Bloomberg e os primeiros autores do estudo, Diego Giraldo e Stephanie Rankin-Turner, focaram no Anopheles gambiae, uma espécie de mosquito encontrada na África subsaariana. Eles fizeram parceria com o Macha Research Trust da Zâmbia, liderado pelo Dr. Edgar Simulundu, diretor científico.
“Estávamos muito motivados para desenvolver um sistema que nos permitisse estudar o comportamento do mosquito da malária africana em um habitat que refletisse seu habitat natural na África”, explica McMeniman.
Os pesquisadores também queriam comparar as preferências olfativas dos mosquitos entre diferentes humanos, observar a capacidade dos insetos de rastrear cheiros a distâncias de 20 metros e estudá-los durante suas horas mais ativas, entre 22h e 2h.
Para atender a todos esses requisitos, os pesquisadores criaram uma instalação protegida do tamanho de um rinque de patinação. No perímetro da instalação havia seis tendas onde os participantes do estudo dormiriam.
O ar das tendas, contendo o hálito característico e o odor corporal dos participantes, foi bombeado através de longos tubos para a instalação principal em almofadas absorventes, aquecidas e infundidas com dióxido de carbono para imitar um ser humano dormindo.
Centenas de mosquitos na instalação principal receberam os odores dos sujeitos adormecidos. Câmeras infravermelhas acompanharam o movimento dos mosquitos em direção às diferentes amostras. (Os mosquitos usados no estudo não estavam infectados com malária e não conseguiam atingir humanos adormecidos).
Os pesquisadores descobriram o que muitos visitantes podem atestar: algumas pessoas atraem mais mosquitos do que outras. Além disso, análises químicas do ar nas lojas revelaram as substâncias causadoras de odor que atraem ou não os mosquitos.
Os mosquitos foram mais atraídos pelos ácidos carboxílicos do ar, incluindo o ácido butírico, um composto encontrado em queijos “fedorentos” como Limburger. Esses ácidos carboxílicos são produzidos por bactérias na pele humana e geralmente não são perceptíveis para nós.
Enquanto os ácidos carboxílicos atraíam os mosquitos, outro produto químico chamado eucaliptol, encontrado nas plantas, parecia detê-los. Os pesquisadores suspeitaram que uma amostra com alta concentração de eucaliptol poderia estar relacionada à dieta de um dos participantes.
Simulundu disse que encontrar uma correlação entre os produtos químicos nos odores corporais de diferentes pessoas e a atração dos mosquitos por esses odores foi “muito interessante e emocionante”.
“Essa descoberta abre caminhos para o desenvolvimento de iscas ou repelentes que podem ser usados em armadilhas para alterar o comportamento de busca de hospedeiros dos mosquitos, controlando assim os vetores da malária em regiões onde a doença é endêmica”, disse Simulundu, coautor do estudo.
A Dra. Leslie Vosshall, neurobióloga e vice-presidente e diretora científica do Howard Hughes Medical Institute, que não participou do estudo, estava igualmente entusiasmada. “Eu acho que é um estudo muito interessante”, disse ele. “Esta é a primeira vez que tal experimento foi feito nesta escala fora do laboratório.”
Vosshall investiga outra espécie de mosquito que transmite dengue, zika e chikungunya. Em um estudo publicado no ano passado na revista acadêmica Cell, ela e seus colegas descobriram que essa espécie de mosquito também busca ácidos carboxílicos produzidos por bactérias na pele humana.
O fato de essas duas espécies diferentes responderem a sinais químicos semelhantes é positivo, diz ele, porque pode facilitar a criação de repelentes de mosquitos ou armadilhas em geral.
A pesquisa pode não trazer consequências imediatas para evitar picadas de insetos no próximo churrasco. Vosshall observou que mesmo esfregar com sabão sem perfume não remove os odores naturais que atraem os mosquitos. No entanto, ele observou que o novo trabalho “nos dá algumas pistas muito boas sobre o que os mosquitos usam para nos caçar, e entender o que é é essencial para darmos os próximos passos”.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/entenda-porque-algumas-pessoas-atraem-mais-os-mosquitos-do-que-outras/Entenda