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Música Internacional: O que rolava na década de 60

A década de 1960 foi marcada pelos músicos que lançaram seus sucessos que são muito conhecidos até os dias de hoje.

O som dos anos 60

Nos anos 60 o rock deixou de ser o som dos jovens e começou a ocupar espaço nas paradas musicais de sucesso.

Músicas que embalaram paixões

O amor sempre foi poliglota, e as canções de amor também.

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Nos tempos da brilhantia: A eterna elegância dos penteados dos anos 60

As influências dos anos da brilhantina permanecem inabaláveis atualmente, quando o visual retrô vai e volta à moda.

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O Poder de Cura da Amizade ao Envelhecer

 

  Ter alguns bons amigos – ou muitos – sempre foi de ouro. E à medida que você envelhece, essas amizades podem se tornar ainda mais importantes.


Se você está na casa dos sessenta anos ou mais, as amizades não são apenas a cola social e o brilho da vida: à medida que você envelhece, boas amizades podem dissipar a solidão, melhorar sua saúde, aumentar sua sensação de bem-estar e até aumentar sua expectativa de vida.


Amigos não são apenas para diversão: eles também podem salvar vidas

A solidão decorrente de ter poucos amigos não apenas leva você a um estado de depressão: pode até encurtar sua vida útil.


Para adultos com mais de 60 anos, a solidão parece aumentar o risco de morrer mais cedo, de acordo com um estudo que acompanhou mais de 1.600 homens e mulheres matriculados no Estudo de Saúde e Aposentadoria da Universidade de Michigan.


Os pesquisadores definiram a solidão como falta de companheirismo e sentimentos de isolamento ou não pertencimento. Aqueles que relataram solidão foram quase uma vez e meia mais propensos a morrer durante os seis anos de acompanhamento.


Além disso, as pessoas solitárias eram menos propensas a realizar tarefas e atividades diárias simples, como caminhar pelo quarteirão, vestir-se e tomar banho e carregar objetos leves.


Outras pesquisas sugerem maneiras de aliviar a solidão, mesmo na segunda metade da vida. Um estudo publicado em março de 2018 no Journals of Gerontology Series B: Psychological Sciences & Social Sciences, por exemplo, descobriu que adultos com 51 anos ou mais que perderam um cônjuge por viuvez se sentiram menos solitários quando começaram a se voluntariar mais de duas horas por semana.


Amizades mantêm seu cérebro afiado

Se você não é do tipo que tem muitos amigos, tenha certeza de que a qualidade pode ser mais importante do que a quantidade, diz Rosemary Blieszner, PhD e especialista em desenvolvimento humano e envelhecimento. Se você tem pelo menos uma pessoa que o entende – um amigo que você sente que pode contar qualquer coisa – isso é suficiente para contribuir para seus sentimentos de bem-estar, diz ela.


Outras pesquisas sugerem que o sentimento ou percepção de solidão, em vez de isolamento, pode ser o que aumenta o risco de problemas cognitivos como demência mais tarde.


Pesquisadores holandeses descobriram que aqueles que se sentiam sozinhos eram cerca de 1,6 vezes mais propensos a ter demência, enquanto aqueles que estavam socialmente isolados, mas não solitários, não tinham maior risco do que outros, de acordo com o estudo de 2012 publicado no Journal of Neurology, Neuropsychology & Psychiatry.


Por outro lado, um estudo publicado em outubro de 2018 no Journal of Aging and Health descobriu que o isolamento social, ou a falta de contato com uma rede social, estava associado a um declínio mais acentuado na função cognitiva do que a sentimentos de solidão.


Em ambos os casos, porém, a mensagem é clara: ter conexões sociais significativas é importante para manter a função cerebral.


A interação social, independentemente de quantos amigos são ideais para você, ajuda a manter suas habilidades cognitivas e de pensamento afiadas, diz o Dr. Blieszner. “As pessoas socialmente isoladas e não estimuladas são as que tendem a ter menor capacidade cognitiva na velhice.”


Além de manter sua mente em forma, os amigos também podem ajudar com sua saúde física. “Os amigos encorajam você a comer bem, fazer exames e exercícios, ir ao clube de saúde ou brincar com seu cachorro”, diz Blieszner.


De uma maneira ou de outra, manter os amigos ao longo dos anos faz muito bem à saúde e ao coração. Nutra essa linda e importante relação enquanto envelhece.


Principais causas de tontura nos idosos

   


A tontura em idosos é um fenômeno comum que, frequentemente, está associado a uma variedade de condições médicas, podendo ser um indicativo de problemas no sistema vestibular, cardiovascular, neurológico ou metabólico. Esta questão de saúde torna-se especialmente relevante ao considerarmos os riscos associados às quedas em idosos, um fenômeno que pode ter consequências graves para a saúde e a autonomia dessa população.


De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que aproximadamente 30% dos adultos com mais de 65 anos de idade sofrem ao menos uma queda por ano. A tontura é um fator significativo que contribui para esse cenário, sendo responsável por aumentar a vulnerabilidade dos idosos a episódios de desequilíbrio e quedas.


Os números indicam que as quedas representam uma das principais causas de lesões e hospitalizações em idosos. Estatísticas mostram que cerca de 20% das quedas resultam em lesões mais graves, como fraturas e traumatismos cranianos. Além disso, as quedas têm implicações psicológicas, contribuindo para o medo de cair novamente e, consequentemente, reduzindo a qualidade de vida e a mobilidade dos idosos.


A relação entre tontura e quedas em idosos é complexa. A tontura pode ser um sintoma isolado ou estar associada a outros fatores de risco, como fraqueza muscular, alterações na visão, uso de medicamentos que afetam o equilíbrio e doenças crônicas. Portanto, entender e abordar a tontura em idosos requer uma avaliação abrangente de sua saúde geral.


Diversos estudos demonstram que a avaliação e o tratamento adequados da tontura podem reduzir significativamente o risco de quedas em idosos. A vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), uma das causas mais comuns de tontura, pode ser tratada com manobras específicas realizadas por profissionais de saúde. Da mesma forma, outras condições subjacentes, como problemas cardíacos, diabetes e distúrbios neurológicos, exigem abordagens específicas para minimizar a tontura e, consequentemente, os riscos de quedas.


Além disso, estratégias preventivas desempenham um papel crucial na redução dos riscos associados à tontura em idosos. Programas de exercícios físicos, especialmente aqueles que visam melhorar o equilíbrio e a coordenação, são eficazes na prevenção de quedas. Revisões regulares da medicação, evitando o uso excessivo de medicamentos que podem causar tontura, também são essenciais.


A conscientização sobre essas questões é fundamental, tanto entre profissionais de saúde quanto entre os próprios idosos e seus cuidadores. Compreender que a tontura não é apenas uma parte inevitável do envelhecimento, mas sim um sintoma que pode ser tratado e gerenciado, é crucial para melhorar a qualidade de vida e a segurança dessa população.


Em conclusão, a tontura em idosos não deve ser subestimada, especialmente considerando sua associação com o risco de quedas. Abordagens multidisciplinares, que envolvem profissionais de saúde, cuidadores e os próprios idosos, são essenciais para avaliar, tratar e prevenir a tontura, contribuindo assim para a promoção da saúde e o bem-estar dessa parcela da população.


Caso você ou algum familiar tenha tontura e queixas de desequilíbrio procure um médico otoneurologista para lhe auxiliar.



Fonte:https://otoneuro.med.br/principais-causas-de-tontura-nos-idosos/

ÁGUA É FUNDAMENTAL PARA SAÚDE DE IDOSOS

   


Geriatra do Iamspe destaca importância de idoso beber água

Fundamental para o funcionamento de todos os órgãos do corpo, a água é fundamental para o ser humano. Entretanto, com o avançar da idade, a capacidade de sentir sede diminui no centro regulador do cérebro. “Os idosos perdem muito mais água do que os jovens, mas têm dificuldade para perceber a sede”, explica o diretor do serviço de geriatria do Hospital do Servidor Púbico Estadual (HSPE), Mauricio de Miranda Ventura.    


O médico adverte que é importante monitorar a ingestão de líquidos dos idosos, pois a desidratação ocorre de forma mais rápida e acarreta muitos danos à saúde. Essencial, a água fundamental transporta nutrientes às células, auxilia a digestão, previne câimbras, protege o coração, melhora o funcionamento do intestino, aumenta a resistência física, regula a temperatura, lubrifica, acelera as reações químicas e controla a pressão sanguínea.


“As consequências de se beber pouco líquido são boca seca, sonolência, tontura e, em casos mais extremos, confusão mental. O principal sinal do consumo insuficiente de líquidos é a urina mais concentrada e de coloração mais escura”, afirma o médico. 


Segundo o especialista a tontura, por exemplo, acarreta quedas e traumas que afetam a autonomia e independência do idoso. Outros efeitos da falta de água é crescimento de bactérias na bexiga (infecção urinária); constipação intestinal, formação de cálculos renais e, até insuficiência do rim.  


Casos extremos de desidratação provocam sede intensa, ausência de urina, respiração rápida, alteração do nível de consciência, convulsões, pele fria e úmida, e pode ocorrer a morte. 


Para o geriatra do HSPE, a quantidade necessária de água não é exata para todas as pessoas. Em média, recomendam-se dois litros de água por dia, mas tudo depende da atividade física, clima e umidade do ar local. Os idosos são extremamente suscetíveis às mudanças ambientais, como o frio e o calor, e, muitas vezes, têm dificuldade na percepção. 


Na conta geral do volume diário de água, vale consumir sucos naturais de frutas (melão, melancia e laranja), gelatinas e chás sem açúcar. Rodelas de abacaxi, laranja, limão, maça e folhas de hortelã adicionadas à água são uma boa alternativa.  


Refrigerantes e bebidas alcoólicas não são aconselhados. “As bebidas alcoólicas devem ser evitadas, pois colaboram na desidratação, já que leva à eliminação de urina”, aconselha Ventura. Programar alarmes é uma dica para que o idoso não se esqueça de beber água.


 

O despertar da quarta idade e o poder grisalho

 



A primeira geração dos novos-velhos define, nos países desenvolvidos, um novo conceito de idoso. Nada de ficar mofando diante da televisão, de passar o tempo jogando baralho com os coetâneos, de preparar a mamadeira dos netos. Os novos-velhos viajam pelo mundo todo, lotam as universidades da terceira idade, lêem, estudam, se divertem, gostam de amor e sexo. E já constituem um importante segmento do mercado consumidor a chamar a atenção do marketing comercial em todas as áreas.

Aos 70, no embalo do rock'n roll.


Por: Luis Pellegrini

 
Meu amigo Lucca, em Roma, fez uma cara de desgosto. Sobre a sua mesa, diante de nossos olhos, os dois principais jornais da capital italiana comentavam na primeira página a notícia de mais dois homens idosos vitimados pelo Viagra. Um, com mais de setenta anos, morreu de infarto em plena atividade sexual, sob os efeitos desse novo remédio milagroso contra a impotência. O outro, na mesma faixa etária, teve um derrame cerebral. Parece que seu sangue, em vez de ficar retido apenas nos corpos cavernosos do falo, acabou paralisado também no interior da sua cabeça.

Lucca, como bom italiano, gesticulou e falou alto: “Mas o que eles queriam? Ter aos setenta o desempenho sexual dos vinte?” O tema deu, como se costuma dizer, pano para muitas mangas. Logo transcendeu os limites da sanha erótica de alguns vovôs para penetrar nas alturas de filosofias mais abrangentes. Edoardo, um outro amigo presente, de natureza mais ponderada, observou com sabedoria: “É preciso respeitar os ciclos naturais da vida”.

Deixar a vergonha de lado, rir muito e cultivar as amizades são segredos que ampliam a longevidade.

Nello, um terceiro amigo à mesa, entrou na conversa e extrapolou: “E esses políticos decrépitos, agarrados ao poder como velhos lobos a seus ossos? Por que não se aposentam e vão passear, para abrir espaço aos mais jovens?” Os ânimos esquentavam, pois na Itália tudo é motivo para debates acalorados. Lucca, então, lembrou que,  na Índia, a sabedoria milenar considera a existência de três fases fundamentais na vida de um homem. A primeira é a “fase do guerreiro”, em que a pessoa, ainda jovem, deve lutar para se afirmar diante do mundo e diante de si mesma, deve conquistar sua própria identidade, deve, enfim, transformar-se em alguém. Esta é, exatamente, a fase de muito trabalho e esforço. Depois, chega-se à “fase da consolidação”, quando se assume a responsabilidade de estar no mundo e de dar a sua contribuição pessoal para o mundo. É a fase onde o homem se casa, têm filhos, torna-se chefe do seu pequeno clã e se sacrifica por ele. Por fim, quando os filhos já estão formados e independentes, quando os cabelos embranquecem e as rugas transformam os rostos, chega-se ao terceiro estágio: a “fase da solidão”.

O direito – e o dever – à libertação

“Mas, na Índia, solidão não significa necessariamente isolamento e melancolia. É, muito mais, sinônimo de libertação”, explicou Lucca. Depois de cumprir todas as suas obrigações sociais e familiares, o indivíduo conquista o direito - e o dever - à sua liberdade, à sua  “solidão”. Pode, inclusive - e muitos o fazem - sair a caminhar pelo mundo, carregando apenas a roupa do corpo, e percorrer as estradas em peregrinação, a meditar sobre as coisas da vida e de si mesmo. Pode bater às portas e pedir um prato de comida. Se o dono da casa for espiritualizado e conhecedor das regras hinduístas que norteiam a existência individual e social, certamente não irá negar. Saberá que aquele pedinte não é um vagabundo aproveitador. É simplesmente alguém que, depois de muito dar, conquistou o direito de receber. É um homem solitário e livre, a preparar-se para a grande viagem final, aquela que não admite retorno.

Uma mulher - ou um homem - podem ser elegantíssimos até mesmo na idade mais avançada.


Pensei muito nisso tudo após deixar meus amigos. Refleti sobre as enormes diferenças que existem entre aqueles valores orientais, amadurecidos ao longo de milênios, e os nossos valores ocidentais, quase sempre cruéis e injustos ao tratar daqueles que encaneceram e perderam a força dos músculos após uma existência de trabalho que, muitas vezes, não lhes poupou sequer os anos de infância e adolescência.

É justo chamar os aposentados de vagabundos? Não, certamente não. Embora deva-se reconhecer a eles todo o direito de vagabundear. Direito pelo qual já pagaram os devidos pedágios. Mas o nosso mundo burguês contemporâneo é feito de distorções e contradições. Aos velhos não se dá o direito ao descanso.  Quanto aos jovens, particularmente os da classe média para cima - que não precisam batalhar para sobreviver -, eles podem fazer o que bem entendem. Inclusive passar os dias no maior dolce far niente, a dilapidar o próprio tempo,  as energias e as mesadas dos papais em sessões intermináveis de música techno nas discotecas e bares, ou trancados em seus quartos.

Bom-humor, ironia até mesmo uma ponta de sarcasmo não desaparecem com a idade.

A juventude, em nosso mundo, foi santificada e colocada sobre um altar. Foi elevada ao estatuto de condição privilegiada, como se ser jovem, apenas por ser jovem, fosse algo de extremamente especial. Seduzidos pelo charme transitório da juventude, muitos adultos rejeitam o envelhecimento natural, e querem permanecer jovens a todo custo. E haja cirurgia plástica, implantes capilares, ginásticas e vitaminas especiais, hormônios, massagens e exercícios, numa parafernália infernal em busca da fonte artificial da juventude. Como se envelhecer fosse uma vergonha da qual é preciso, em desespero, fugir.

Quem paga essa conta?

Quem paga a conta desse equívoco, infelizmente, são os próprios jovens. O mundo e a vida não respeitam privilégios desse tipo, baseados em premissas e convicções falsas, e os resultados já estão aí: basta observar o clima geral de apático desinteresse por tudo e por todos que se manifesta em boa parte dos nossos jovens. O excessivo endeusamento à juventude roubou deles sua maior riqueza: a vontade de virar gente grande.

E há inclusive as matronas chiquérimas que inventam moda e fazem escola.

Essa patológica inversão de valores dá origem a um fenômeno muito curioso cada vez mais observado, principalmente nos países desenvolvidos. Na Europa rica surge uma raça hodierna de jovens apáticos que entristecem e envelhecem nas casas dos genitores. E há uma raça antiga de jovens de espírito, embora velha de anos, que vai dançar, pratica esportes, viaja, estuda, lê, navega em redes virtuais. Os primeiros tiveram tudo e não aprenderam a desejar; os segundos – nascidos nas décadas que sucederam a Segunda Grande Guerra e suas consequências - tiveram muito pouco e sabem o que querem: uma existência intensa e alegre mas, ao mesmo tempo, leve e serena. Uma existência saudável, feliz e divertida, dentro de parâmetros naturais totalmente possíveis ao ser idoso.

“Esta é a primeira geração dos novos-velhos”, comenta Arrigo Levi, um dos mais importantes jornalistas italianos, ele mesmo um novo-velho de 92 anos. Levi publicou em seu país um divertido guia para a terceira e a quarta idades, intitulado A velhice pode esperar - ou seja, a arte de permanecer jovem, onde escreve: “É como o salto no vazio do adolescente que vai de encontro à juventude. A gente amadurece, a um certo ponto alça vôo em direção à velhice e, diante de si, encontra um mar infinito que se chama liberdade”.

As práticas desportivas ajudam a manter a boa forma física e a boa disposição. A natação é uma grande amiga dos idosos.

Como são esses novos-velhos europeus da virada de milênio? São pessoas não mais atormentadas pelo trabalho, pela carreira, pelos filhos, que dispõem de muito tempo livre e descobrem que a segunda metade da vida pode ser uma maravilha. Como dizia a pensadora feminista norte-americana Betty Friedan em Invenção da Idade - outro belo livro sobre o tema -, “Libertamo-nos dos preconceitos sobre a velhice, como o medo de não suportá-la, de ter de renunciar à sexualidade, de perder aquelas famosas células cerebrais. Para em seguida perceber que aquelas células perdidas não eram, enfim, as mais necessárias. E então fica-se mais lúcido, com a mente mais leve...”

No ano 2016, na Itália, França, Alemanha e outras nações desenvolvidas da Europa - países que produzem poucas crianças e onde quase não mais existe a família tradicional, mas que não se tornarão desertos humanos graças à imigração das demais populações do Mediterrâneo e do mundo -, já há um ancião para cada cinco habitantes. As pesquisas indicam que, até 2020, a porcentagem de pessoas que vão dos 65 aos 80 anos chegará aos 20% (No Brasil ela se aproxima agora dos 10%).

Até mesmo os idosos da comunidade chinesa de San Francisco se converteram ao mundo digital.

A invasão das “panteras grisalhas”

À parte os velhos inválidos, a maioria dos idosos vive uma terceira e uma quarta idades não apenas trinta anos mais longa do que no século precedente, mas sobretudo muito mais rica de estímulos. E, como não poderia deixar de ser, a indústria e o comércio deu-se conta disso. O turismo e o lazer, o ensino, as artes e espetáculos ganham rios de dinheiro com essas “panteras grisalhas” que invadem alegremente territórios até há pouco reservados aos jovens. Trata-se de uma geração nômade, que deixa a televisão, os filhos e netos em casa e põe-se a girar o mundo.

Enrica Montanucci, diretora da Amecon, grande agência de turismo italiana especializada em pacotes para a América Latina, dizia recentemente: “Não, nada mais me espanta. Na Itália já atingimos o nível dos norte-americanos e dos ingleses. Aos nossos balcões chegam velhotes fantásticos, com tênis nos pés e mochila a tiracolo e que escolhem lugares que nem mesmo um jovem enfrentaria com tanta desenvoltura. Querem ir ao Peru, para passear naquele trenzinho a quatro mil metros de altura, querem visitar a Floresta Amazônica, o Pantanal de Mato Grosso”.

A vaidade feminina não desaparece nunca, e as festas e reuniões sociais constituem ótimas ocasiões para exercitá-la.

E o amor? Se o amor tem sempre vinte anos, um jovem de vinte anos nem de longe pode entender de quanto amor (e sexo) são capazes os seus avós. O sociólogo Pietro Valdina publicou há pouco um ensaio chamado O sexo dos idosos, onde faz revelações estatísticas surpreendentes. Por exemplo, que 60% das pessoas entre 70 e 74 anos vivem relações sexuais satisfatórias, da mesma forma que 40% dos que vão dos 75 aos 95 anos.

Depois do turismo, do sexo e do teatro, um outro capítulo fundamental e permanente para os idosos europeus é a instrução. Universidades da terceira idade são abertas em toda parte. A Universidade Popular de Roma, por exemplo, possui editora própria, 980 tipos diferentes de cursos, quase vinte mil alunos inscritos, um pelotão de 250 professores. A oferta de cursos vai das línguas e literatura à criminologia, da filosofia ao flamenco espanhol, à meditação, à redação de poemas, desenho, pintura e um sem número de artesanatos.

Na terceira e na quarta idade a vida em grupo social exerce efeito muito benéfico. Mas recolher-se na solidão pode ser fatal.

“Os cursos estão abertos a pessoas de todas as idades, mas apenas 45% dos alunos pertencem à faixa dos anciões”, diz o diretor dessa Universidade, Francesco Florenzano, médico geriatra. “Os cursos nascem das exigências dos inscritos: os que têm acima de 60 anos perseguem quase sempre um sonho, que é o de estudar uma matéria que não puderam estudar em outros tempos, e os mais jovens aqui encontram cursos que as universidades convencionais não oferecem. O mais bonito é que nas salas de aula e nos corredores instaura-se uma troca muito viva entre gerações. Um intercâmbio frutífero que lá fora, em boa parte, se perdeu. E, com muita freqüência, torna-se difícil distinguir as idades: às vezes os mais jovens raciocinam como velhos, e aqueles de cabelos brancos se lançam às teses mais controvertidas”, continua Florenzano.

O corpo humano pode permanecer ativo, ágil e flexível até o fim.

Novo segmento do mercado consumidor

Se na Europa proliferam os novos-velhos, criando inclusive um novo e importante segmento do mercado consumidor, numa outra potência moderna, os Estados Unidos, os cientistas batalham na descoberta de novos recursos para retardar ao máximo a velhice ou, pelo menos, neutralizar os seus efeitos. A revista New Scientist publicou um amplo serviço a respeito desses esforços, intitulado “Morte à Velhice!” Os jornalistas que fizeram essa investigação descrevem cientistas que querem ultrapassar os limites impostos pelo relógio biológico: “Até hoje o objetivo desses cientistas era eliminar os sofrimentos aos quais inevitavelmente o ser humano vai de encontro com o avançar dos anos. Seus esforços visavam encontrar um modo pelo qual um octogenário pudesse continuar a ter o corpo e a mente de um quarentão”. Mas eles agora querem ainda mais. “Em não mais de vinte anos seremos capazes de manipular a nosso bel prazer a duração da vida”, afirma o biólogo celular Woodring Wright, do Southwestern Medical Center de Dallas, Texas. Certamente uma perspectiva ao mesmo tempo animadora e aterradora...

Mas, enquanto não chegamos lá, melhor para os idosos seguir o exemplo dos colegas novos-velhos europeus. Aproveitar enquanto é tempo, e beber até a última gota do vinho da vida. Até porque, quando se chega à quarta idade, todos os pedágios já foram pagos, e a estrada a ser percorrida ainda pode ser longa, larga e bela.


Fonte:www.brasil247.com

Para maiores de 60 anos em tempos de pandemia

 Para todo ser humano, em qualquer cultura que seja, envelhecer é sempre um processo difícil e exigente

A partir dos 30 anos, entramos em uma etapa da vida para a qual a seleção natural não nos preparou (Unsplash/Vlad Sargu)


Marcelo Barros

No Brasil, o presidente e os que o apoiam afirmam que a pandemia não é grave porque só mata velhinhos. Apesar disso, infelizmente, entre as 135 mil vítimas dos vírus do descuido e do desamor, há enorme proporção de jovens e de pessoas abaixo de 60 anos. A política do governo em relação a índios, negros e populações de periferias lembra a eugenia praticada pelos nazistas na Alemanha da década de 1940.

No entanto, a população brasileira continua a envelhecer. Por isso, é importante recordar que, nesta quinta-feira, 1º de outubro, a ONU celebra o Dia Internacional das Pessoas Idosas. O objetivo é ajudar os mais velhos a se integrarem na sociedade e garantir que a sociedade possa assegurar os direitos das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.

No Brasil, desde 2003, a lei nº 10.741, chamada o Estatuto do idoso, dispõe os direitos assegurados às pessoas da chamada terceira idade. Nesse mesmo ano, a CNBB começou a Pastoral das Pessoas Idosas, com o objetivo de assegurar a dignidade e a valorização das pessoas idosas no seu ambiente social. 

Apesar do envelhecimento da população, a sociedade é pensada para a juventude. Como, em geral, os mais velhos não produzem, perdem sua importância social. Parece que só a juventude importa. Envelhecer se torna mais doloroso e difícil.

No Brasil, se calculam em mais de 25 milhões de pessoas que passam dos 65 anos. Isso exige aumento de assistência, médicos especializados, mas supõe principalmente uma sociedade menos desigual e mais humanizada.  Em muitas cidades, existem associações da terceira idade que promovem encontros, lazer, danças e passeios. As universidades mantêm programas de extensão universitária e atividades como cursos de computação, ginástica, natação, música, dança e outras artes.

Essas organizações propõem às pessoas idosas e a toda a sociedade que as coisas possam ser realizadas com calma no lugar da agitação. Sugerem a disponibilidade no lugar do estresse. Valorizam mais a qualidade e não só a quantidade. Trata-se, finalmente, de viver a graça do dia de hoje mais do que o afã da permanente projeção para o amanhã.

Para todo ser humano, em qualquer cultura que seja, envelhecer é sempre um processo difícil e exigente. Não é fácil manter o espírito jovial quando se vê o corpo decair progressivamente. No entanto, podemos fazer escolhas que nos permitam envelhecer de forma mais humanizada.

Até hoje, ninguém sabe exatamente a causa biológica do envelhecimento. Por isso, não se pode, até agora, deter ou evitar esse fenômeno. Clineu de Melo, médico especialista em Geriatria da USP, afirmou: "O envelhecimento é a perda gradativa das reservas que todos os organismos têm para usar em momentos de estresse".

Todos os organismos foram pensados pela natureza para nascer, viver, reproduzir-se e depois morrer. Assim, durante milênios, a média da vida humana era de 30 anos. Cientistas descobriram que, a partir dos 30 anos, entramos em uma etapa da vida para a qual a seleção natural não nos preparou. Leonard Stayflick, professor na Universidade de Califórnia, afirma: "A velhice é um produto da civilização. Só ocorre propriamente nos seres humanos, nos animais domésticos e nos mantidos em zoológicos e em laboratórios".

Comumente ligamos o envelhecimento à idade. De fato, há uma relação, mas não é direta e linear. Há pessoas de 90 anos que parecem ter 70 e há pessoas de 60 com jeito de 90. Não se pode generalizar, mas uma pesquisa mostra que a longevidade humana é maior em comunidades nas quais não existe aposentadoria. É mais frequente encontrar pessoas de mais de cem anos nos mosteiros budistas, em conventos cristãos, em comunidades afrodescendentes e indígenas do que em sociedades nas quais as pessoas mais velhas são postas em asilos, esperando a morte.

O processo do envelhecimento depende da saúde, do clima e mesmo da raça a qual pertencemos. No entanto, o temperamento e o estilo de vida da pessoa em questão também influi muito. Do mesmo modo, também a espiritualidade, como energia do espírito em ação na pessoa, pode ser elemento fundamental de vitalidade.

A primeira coisa que as tradições espirituais propõem é manter sempre no coração e no concreto do dia a dia um projeto de vida e a disposição de fazer tudo em função disso, na relação com o mundo e com a comunidade a qual pertencemos.

Em meio a um momento de forte perseguição política e de marginalização na sua própria Igreja, Dom Helder Camara escrevia um livro de meditações com o título: Mil razões para viver.




Fonte:domtotal.com