Qualquer especialista em comportamento humano pode atestar, sem medo, que a mentira é um lubrificante social indispensável para que a gente não saia por aí magoando uns aos outros sem motivos para isso.
Mas o que fazer quando sentimos que alguém de quem gostamos muito está mentindo compulsivamente? O primeiro problema de quem sofre de mitomania é o estigma. A mentira é um comportamento errado para a sociedade e o mentiroso contumaz é considerado uma pessoa má, nunca alguém que precisa de ajuda.
Por isso, em um primeiro momento, precisamos lembrar que assim como a pessoa que tem depressão não escolhe estar triste, ou assim como a pessoa gripada não espirra de propósito, o mentiroso compulsivo também não quer, não gosta e não planeja mentir.
O mitômano que sofre muita pressão para não mentir tem grandes chances de acabar intensificando a repetição de histórias falsas. A pessoa usa a mentira como recurso para agradar ao próximo. Quanto mais as pessoas se desapontam, mais ela usa o recurso para tentar desfazer o desapontamento de quem cobra.
Na minha opinião o mentiroso não precisa de tratamento, precisa criar vergonha na cara de pau e perceber que ninguém mais acredita no mala.